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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

As quintas de Camarate

Embora actualmente Camarate seja constituída por construções modernas, um olhar atento apercebe-se dos vestígios de Camarate de outrora: um aglomerado de quintas habitadas por fidalguia rural, que conjugava a vida palaciana com a exploração das suas terras.
Para além do contexto de paisagem agrícola, com propriedades de vinhedos e olivedos, que desde a Idade Média, nos dá conta do riquíssimo património paisagístico que caracterizou Camarate, há que fazer referência a um vasto património cultural construído.

Quintas de Camarate:
* Quinta do Redondo







* Quinta das Portas de Ferro




* Quinta das Laranjeiras


* Quinta da Morgada
É onde se situa o reservatório de Água da EPAL que abastece o Sistema de Guerreiros-Lousa,tem o contador que alimenta o Bairro de St.º António (que por sua vez alimenta a zona baixa de Sacavém) e também o sistema de St.º António dos Cavaleiros.

* Quinta da Nora
Actualmente onde se situam os Bombeiros Voluntários de Camarate

* Quinta da Ribeirinha (Património Histórico de Camarate)

Nota Histórico-Artistica
A freguesia de Camarate, constituída em 1511, foi (particularmente entre o século XVI e meados do século XX ) composta por um grande número de quintas e casa senhoriais. Esta constituem testemunhos não apenas do interesse que a região despertava na nobreza lisboeta, que assim encontrava um ameno local de veraneio nos arredores da capital, mas igualmente da afamada produção vinícola que aí se obtinha. Em Camarate chegaram a existir 30 quintas, de dimensões distintas, algumas remontando pelo menos ao século XIV, quando era ainda um reguengo da Coroa, depois integrado no senhorio de D. Nuno Álvares Pereira, razão pela qual viria a pertencer ao património da Casa de Bragança. A Quinta da Ribeirinha, em particular, foi propriedade da Colegiada de S.Lourenço da Mouraria, passando, aquando da sua extinção, para a posse do Seminário de Santarém. Era explorada, em regime de enfiteuse, pela família Sousa Couceiro.
A quinta é constituída por uma casa de habitação, a Casa de Fresco oitocentista, deitando sobre os jardins, e um pátio, em empedrado preto e branco. A classificação proposta para o conjunto menciona ainda o pórtico de acesso ao conjunto da quinta, coroado por frontão barroco brasonado, e rematado por uma grande cruz. Na casa principal destacam-se os revestimentos azulejares, incluindo uma figura de convite barroca na escada de acesso ao primeiro piso, os silhares de figura avulsa na escadaria e numa das salas do andar nobre, e os painéis figurativos barrocos de outra dependência.Na Casa de Fresc, tradicional nas quintas de recreio, é digna de nota a singularidade e riqueza do trabalho dos embrechados, e também a qualidade dos estuques. SML

http://www.patrimoniocultural.gov.pt/

Quinta das Milfontes




Trata-se de uma joia rara da Arte Manuelina, decorando inteiramente as fachadas das portas e janelas dos edíficios da Quinta. O topónimo de "Mil Fontes" resulta da abundância de nascentes na propriedade. No mimoso jardim das "Mil Fontes" há uma entrada de mina, que conduz a um poço no centro da quinta; dois tanques com decoros lavrados manuelinos, um deles ostentando um Janus Tricéfalo (emblema Hermes Trismegistos, a cuja ciência andou ligado D. Manuel e a sua Corte); e dois painéis de azulejos, do início deste século: "O Santo Contestável" e "O Milagre de Sto. António junto à Fonte".   
   
* Quinta Sta. Teresa
Actualmente Rua Manuel João dos Santos onde se encontra o novo Jardim de Infância Nossa Senhora dos Anjos




* Quinta Sta Maria
Sita no Bairro de São José

* Quinta da Encarnação
* Quinta do Salter

No reinado de D. João I, D. Nun'Álvares Pereira manda edificar uma capela dedicada à N. Sª do Socorro na Quinta de Salter que, depois doou aos frades carmelitas que, em 1602 fundaram um convento com a mesma invocação de N. Sª do Socorro. O convento e a quinta acabariam por ser vendidos em 1835, um ano após a extinção das ordens religiosas em Portugal. Destes testemunhos históricos apenas existem os restos da capela que atualmente, se encontra na Igreja Matriz, pois o palácio de Salter foi demolido para alargar o aeroporto de Lisboa.



Quinta de S.Pedro
Recentemente recuperada, esta é uma das quintas que ainda se conserva como registo das belas quintas de Camarate. Além de conservar ainda as suas caracteristicas originais possui um interessante nicho com a estatueta de S.Pedro.


* Quinta do Ulmeiro
Rua da Hortelã

* Quinta de Santa Bárbara
Rua Casa de Repouso dos Motoristas
 
* Quinta de Marvila
Área junto ao complexo desportivo do bairro da CAR

* Quinta dos Matos Pequenos/Quinta dos Matos Grandes
bairro de Santiago
Quinta da Vitória

Ao longo de um caminho profundo estende-se uma casa de campo muito rústica, extensa construção que tem como principal ornamento a magnifica capela de Nossa Senhora da Vitória.              

A riqueza dos azulejos que ainda é possível testemunhar, torna-se por demais evidente ao observarmos os painéis da capela - uma verdadeira viagem didáctica aos ensinamentos das Sagradas Escrituras, onde cada cena é rematada, ao alto, pelo versículo correspondente ao trecho a que se refere.
Em 1885 ficou pertença da família Sá Carneiro, que com a morte do coronel Sá Carneiro, pai do poeta Mário de Sá Carneiro, ficou ao abandono. Até que em 1957, a Associação dos Motorista Portugueses a adquire e a transforma em Casa de Repouso dos Motoristas.


Muitas destas quintas foram retalhadas para dar lugar a espaços urbanos que cresceram desordenadamente, dando lugar a uma paisagem sem os atractivos de outrora, a riqueza e identidade visual tradicional.

De algumas quintas restam apenas os pórticos e portais como testemunho do nobre património.
Outras foram votadas ao abandono por falta de recursos financeiros dos seus proprietários e delas resta a terra, à espera de alguém que a torne de novo fértil.


fonte:escola eb23máriodesácarneiro

1 comentário:

Inácio disse...

Não é propriamente um comentário, mas antes duas perguntas:

1) Onde ficava, e que nome tem hoje, a Quinta dos Negros, que foi expropriada ao almoxarife David Negro (Ibn Yahia), judeu, e entregue a D. Nuno Álvares Pereira.

2) no tempo em que vivi em Camarate, a minha família morou na Rua das Tramelas, uma rua circular, que terminava, no outro lado, num largo, junto à Rua principal. Lembro-me quando já lá não vivia há muitos anos, mas ia visitar, que mudaram o nome para Teodora Maria de Oliveira. Pelas vossas notícias vejo que a Rua da Tramelas ainda existe. É a mesma?

Agradeço os esclarecimentos.